Clara entende o Cristo glorioso como o Rei da Glória e esposo. Ela o vê naquele que passou pela cruz caminho para se chegar à glória. A cruz se fez símbolo máximo de humildade e caridade inefável. Clara amou o Cristo nas realidades concretas da Igreja, e isso a levou ao encontro com o Rei da Glória (Cf. PEDROSO, 1994, p. 201).
O Cristo Glorioso é identificado depois de um itinerário de vivência com ele. A relação de esponsalidade e identificação com o crucificado conduz para vitória sobre a morte; “se morrer com ele na cruz da tribulação, vai ter com ele mansão celeste nos esplendores dos santos” (2 CtIn 21). Essa é a profunda certeza que Clara partilha com Inês.
“Clara vive sempre a antevisão e o antegozo do reino da glória em tudo” (PEDROSO, 1994, p. 204), isso é o que confere forças para ela assumir o abraço ao crucificado e ser mãe pobre do Cristo pobre.
Ela sente a presença do Deus, e mantêm uma relação com Ele na simplicidade do mundo e das coisas. Clara convida Inês e todos os que querem trilhar o mesmo caminho que ela, a enxergar reflexos do Rei da Glória em todas as pessoas que caminham conosco (Cf. PEDROSO, 1994, p. 205). Viver a união com o Rei da Glória não significa viver a glória aqui; mas é entender que a eternidade é um feliz banquete, para aqueles que conseguiram viver a pobreza como o menino do presépio e a humildade e caridade como o Cristo crucificado.
O banquete nupcial é o fruto de uma vida de seguimento e identificação. As núpcias com o Rei da Glória são fruto de uma caminhada, onde o amor provou ser verdadeiro e permanente diante de todas as situações concretas de vida. Clara desposou Cristo em sua vida, por isso Cristo a dignou para tomá-la como esposa na vida eterna.
Frei Kleber Moresco