Beata Isabel da França

(1225-1270)
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Filha do rei da França, Luís VIII e da Rainha Branca de Castela, nasceu em 1225. Irmã do rei São Luís IX que era terciário franciscano e cruzado. A Rainha Branca de Castela gerou-a e educou-a com especial afeição. Isabel foi agraciada por Deus com dons especiais que contribuíram para educá-la em sua alta posição. Lia corretamente o latim. Muito capacitada nas artes femininas, bordava com rara habilidade os paramentos e outras alfaias para as igrejas. Cuidava com especial carinho dos pobres e doentes. Amava e honrava seu irmão Luís, rei, e com ele conviveu por dez anos apenas. Seu amor a Deus porém era ainda maior.

Um dia em que trabalhava uma linda peça de tricô, Luís a pediu para seu uso, ao que ela delicadamente respondeu; “Essa é a primeira que faço, por isso só Jesus a merece”. Deu-a a um pobre e a seguir confeccionou uma para seu irmão. No palácio real vivia recolhida como monja em um convento. Comia pouco, mas mandava uma abundância de alimentos para os pobres e doentes. Jejuava três vezes por semana. Alguém que vivia na corte assim testemunhou a seu respeito: “Vimos nela uma santa. Rosa de caridade, fonte inesgotável de paciência, violeta de humildade. Queria viver só para Deus, por isso fez o voto de virgindade”.

O Rei Frederico II da Alemanha desejava que ela se casasse com seu filho, o Príncipe Conrado. Porém ela o recusou com firmeza e convicção. O Papa Inocêncio IV a louvou por essa decisão e a animou a prosseguir nesse seu propósito. Com a morte da Rainha Branca de Castela, sua mãe, Isabel retirou-se com sua dama de companhia, Inês de Harcourt, para Long-Champs, um lugar solitário perto de Paris, onde, sob inspiração da Regra de Santa Clara, fundou um Mosteiro de Damas Pobres. Juntamente com São Boaventura, que residia em Paris, e lecionava na Universidade, Isabel redigiu a Regra que traz o seu nome, e que foi aprovada por Alexandre IV em 1259 e 1262. Para redigir essa Regra, a ilustre Princesa Isabeau combinou diversos elementos das Regras anteriores à aprovação da Forma de Vida de Santa Clara, preparando assim sua Regra própria, adaptada às circunstâncias de sua fundação.

Além da aprovação de Alexandre IV essa Regra foi ainda aprovada por Urbano IV a 27 de julho de 1263. Essa Regra coloca as Irmãs Menores, assim chamadas, sob a direção dos Frades Menores. A pobreza e a humildade são a base da Regra de Isabel; enquanto Santa Clara destaca a pobreza material como uma espécie de sinal sensível e sacramento da humildade, Isabel põe mais em destaque a humildade, mitigando um pouco e espiritualizando o sentido da pobreza material. 

O seu Mosteiro foi formado e orientado em 1260 por algumas irmãs provenientes de Reims, que foi fundado por Irmãs de Trento, e que recebeu um véu e um hábito de Santa Clara. E recebeu  o título de Mosteiro da Humildade de Nossa Senhora. Na sua Regra Isabel admite posses e rendas perpétuas. Na fórmula da profissão as noviças emitiam além dos três votos, o de clausura perpétua; por este motivo passaram a denominar-se Irmãs Menores Reclusas. Em 1263 Urbano IV confirmou esta Regra com a Bula Religionis Argumentum.

A Regra da bem-aventurada Isabel da França, aprovada inicialmente para um determinado Mosteiro, o de Longchamps em Paris, foi assumida também posteriormente por outros Mosteiros da França: Paris, Provins, Blois, Toulouse; e da Inglaterra: Londres, Waterbreach, Denny, Brisard; e da Itália: Palestrina e Roma. Inês (Agnes) de Harcourt, amiga e companheira de Isabel, e sua fiel discípula, sobrevivendo-a muitos anos, recebeu da corte francesa e das irmãs de seu Mosteiro, o encargo de redigir as recordações de Isabel que dela conservava desde a infância. Foi portanto sua primeira biógrafa. Isabel morreu em Longchmps, a 23 de fevereiro de 1270. Foi beatificada por Inocêncio XII(1691-1700), no final do século XVII. Sua festa é celebrada a 8 de junho.

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