Beata Maria Ângela Astorch

(1592-1665)
1665-mariaangelaastorch

Nasceu em Barcelona na Espanha no dia 01 de setembro de 1592. Órfã de pai e mãe, ingressou no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Barcelona, onde emitiu a profissão aos dezessete anos, em 1609. Quanto tinha a idade de vinte e um anos, foi enviada a Saragoça como mestra de noviças. Depois de ter recebido o ofício de abadessa desse mosteiro, fundou o Mosteiro de Capuchinhas da cidade de Múrcia em 1645. Recebeu em alto grau o dom da contemplação, alimentado pela meditação e pela Liturgia das Horas, e ao mesmo tempo por uma caridade solícita para com as irmãs. Morreu santamente em Múrcia no dia 02 de dezembro de 1665. Foi beatificada a 23 de maio de 1982 pelo Papa João Paulo II. Sua festa é celebrada no dia 02 de dezembro.

Da Homilia do papa João Paulo II em sua Beatificação em 1982: “Nas sucessivas etapas, como simples religiosa, jovem mestra de noviças, responsável pela formação das professas e, enfim, abadessa, ela deixa, em Barcelona, Saragoça, Múrcia, um exemplo de fidelidade à sua própria consagração e de amor para a Igreja. Sua não comum inteligência, sabe fundamentar-se na solidez da Palavra revelada e dos escritores eclesiásticos, que estuda e conhece em profundidade. Ela a leva a um firme conhecimento teórico e prático dos caminhos da espiritualidade que vive em íntima união com a Igreja, sobretudo através da Liturgia, dos textos sagrados e do Ofício Divino. Até merecer o título de Mística do Breviário. Nas suas tarefas de formadora usa o nobre estilo que Deus usa com ela mesma, sabe por isso respeitar a individualidade de cada pessoa, ajudando-a a caminhar ao passo de Deus que é diferente para cada um. Assim a profunda compreensão não se torna tolerância inerte.

Maria Ângela Astorch é uma figura digna de ser olhada hoje com atenção, para que nos ensine a respeitar os caminhos dos homens, abrindo-os aos caminhos de Deus. Ela foi uma superiora modelo. Encontrou o manancial profundo de sua vida espiritual na Sagrada Escritura e na Liturgia das Horas”.Maria Ângela deixou o retrato espiritual e humano de si mesma nas relações autobiográfica escritas por ordem de seus confessores. Esse seu Caminho Interior, como ela o chama, se caracteriza por um sentido profundamente bíblico e litúrgico, pouco freqüente na piedade do século XVII. A fonte habitual de suas contemplações é Breviário.

O versículo de um salmo, uma antífona, um responsório, a leitura de um noturno, bastam para transportá-la ao plano das experiências unitivas; estas, contudo, não a impedem de seguir o movimento da oração com absoluta fidelidade. Reconhece que é puro dom gratuito de Deus. Causa-lhe alegria considerar a Igreja da terra e a do céu unidas na mesma liturgia de louvor: anjos e santos do céu alternando com os fiéis da terra tributando adoração, louvor, ação de graças ao Criador. Possui, com efeito, um profundo sentido de Igreja. Um de seus maiores consolos é o de chamar-se filha da Igreja pelo batismo. A Igreja se personifica ante seu olhar contemplativo, se faz experiência mística que opera inefavelmente em seu espírito. O coro conventual é o lugar privilegiado do encontro com Deus e consigo mesma. O centro vital de sua piedade é o mistério eucarístico: missa, comunhão e presença real. Suas ascensões místicas se caracterizam pela amplidão de gozo do espírito, uma liberdade fidelíssima. Outro ponto de vista de sua atualidade é seu estilo evangélico de formar e governar.

CRONOLOGIA DA VIDA DE MARIA ÂNGELA ASTORCH

1591, 01/09 – Nasce em Barcelona, da Família Astorch.
03/09 – Batizada com os nomes de Jerônima Maria Inês.
1593, junho – Fica órfã de mãe.1598 – Órfã também de pai.
1599 – Morta, volta à vida pela prece da fundadora das Capuchinhas de Barcelona, Ângela Serafina Prat.
1601-1603 – Formação escolar.
1602 – Recebe a confirmação na paróquia de São Jaime.
1603, 16/09 – Aos doze anos entra nas Capuchinhas de Barcelona. Recebe o nome de Maria Ângela.
1607, 07/09 – Começa o noviciado canônico.
1609, 08/09 – Emite a profissão.
1614, 19/05 – Vai para a fundação de Saragoça.
24/05 – Chega a Saragoça. Inauguração do convento.
1614-1623 – Mestra das noviças de Saragoça.
1623-2626 – Mestra das jovens professas.
1626-1632 – Abadessa pela primeira vez.
1627, 28/08 – Breve de Urbano VIII para Constituições das Capuchinhas de Saragoça, de Maria Ângela.
1629 – Empreende a construção do novo mosteiro.
1633-1636 – Abadessa pela segunda vez.
1639-1642 – Abadessa pela terceira vez.
1642 – Requerimento de Maria Ângela pedindo a fundação de Múrcia.
1644, 3/12 – Recebe o documento de autorização.
1645, 09/06 – Vai para a fundação de Múrcia.
28/06 – Chegada a Múrcia
29/06 – Inauguração do convento da Exaltação do SS. Sacramento.
1648, abril-setembro – Peste em Múrcia. Obtém que não morra nenhuma das religiosas.
1651, 14/10 – A grande inundação. As capuchinhas são obrigadas a abandonar o convento.
25/10 – Se refugiam no monte “Las Ermidas”.
1652, 22/11 – Regressam ao convento.
1653, 07/11 – Nova inundação; outra vez volta a “Las Ermidas”.
1654, 22/11 – Regresso definitivo ao convento reconstruído.
1661, Maria Ângela renuncia ao cargo de abadessa.
1665, 02/12 –  Morre aos 73 anos de idade.
1668-1670 – Processo diocesano em vista à beatificação.
1733 – Aparece a volumosa biografia do jesuíta Zevallos.
1759-1771 – Novo processo diocesano.
1773, 03/04 – Decreto de aprovação dos escritos.
1776, 19/06 – Decreto de aprovação de outros escritos.
1850, 29/09 – Decreto sobre a heroicidade das virtudes.
1890-1892 – Processo diocesano sobre a cura milagrosa de Carmen Hidalgo.
1924, 11/06 – A Congregação reconhece a validade do processo.
1926, 18/06 – Juízo favorável dos médicos.
1979 – O Procurador Geral volta a apresentar o milagre operado em Carmen Hidalgo.
1980, 21/02 – Unânime aprovação dos oito componentes da junta médica.
1981, 10/11 – A Congregação para a Causa dos Santos reconhece a validade do milagre.
1982 – 22/05 – Beatificação de Maria Ângela Astorch, por João Paulo II.

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