p. Stefano Orsi
Hoje é uma grande festa de família para nós. É uma festa que nos atrai o olhar porque aqueles que hoje celebramos nos pertencem como membros da mesma família religiosa. Junto com eles hoje agradecemos a Deus, que nos ama em seu amado Filho Jesus e nos faz seus filhos.
A festa dos santos franciscanos é celebrada neste dia pois, em 29 de novembro de 1223, Honório III aprovou solenemente a Regra de São Francisco, já aprovada verbalmente em 1209 por Inocêncio III.
A festa de hoje é dedicada não só às centenas de santos e beatos das Ordens I, II e III, mas a todo o grupo incontável de nossos irmãos e irmãs “de todas as nações, raças, povos e línguas”, que lá em cima no céu a Igreja hoje nos aponta como nossos modelos e intercessores. Já a solenidade de todos os santos nos convidou a olhar para cima, para o mundo de Deus, onde se encontram todos aqueles que, fiéis a Cristo, nos precederam no caminho da vida.
Para nós que ainda estamos a caminho, a memória dos que nos precederam torna-se um exemplo e um estímulo. Somos convidados a celebrar e agradecer porque a esperança da vida futura é um dom gratuito de Deus amadurecido para nós na morte na cruz de Cristo. À luz desta revelação, o horizonte da vida se descortina e a contemplação das “coisas do alto”, como as define São Paulo, permite-nos sentir perto de nós todos os nossos santos e reacende a esperança de que as experiências de amor já saboreados nesta vida, serão completados no céu, onde não haverá mais choro nem morte.
O reino dos céus é o reino do amor que vem de Deus, onde entramos renunciando ao nosso egoísmo possessivo.
Celano escreve sobre São Francisco: “Ele sempre levantou as mãos para o céu em favor dos verdadeiros irmãos e, às vezes, esquecido de si mesmo, primeiro providenciou a salvação dos irmãos. Ele se prostrou aos pés da divina Majestade, ofereceu um sacrifício espiritual por seus filhos e inclinou Deus para beneficiá-los. Ele observava com amor trêmulo o pequeno rebanho que trouxera consigo, para que não perdesse o céu depois de deixar este mundo. E estava convencido de que um dia ficaria sem glória, se ao mesmo tempo não tornasse dignos e participantes os que lhe foram confiados, e que seu espírito pariu com dor maior do que a causada pelo ventre materno”.
Estamos cientes de que viemos de Deus e devemos andar continuamente em seus caminhos. A fonte de nossa salvação é a cruz do Senhor Jesus. Não há pecado, não há vida errada que não possa ser purificada e santificada por esse sangue. Olhando para a cruz de Cristo há sempre razão para ter esperança. Hoje contemplamos de maneira particular o destino dos santos no céu. Eles estão em Deus, com Deus e compartilham sua vida em amor e alegria. Não há mais sombra de morte e mal em sua vida. Talvez uma sombra perturbe sua preocupação por nós que ainda estamos a caminho, na grande tribulação. Oramos para eles, oramos com eles, nos divertimos com eles. Vamos sentí-los perto para que nos comuniquem o encanto do céu e nos elevem para além do quotidiano sério e pobre que nos rodeia. Com eles agradecemos ao Senhor pelo dom da salvação.
Fonte: Frati Umbria