A Quaresma é um tempo de oração, jejum e caridade, onde nos preparamos para a Semana Santa e a Páscoa do Senhor.
A cor litúrgica da Quaresma é o roxo. Mas no IV Domingo da Quaresma a cor litúrgica passa do roxo para o rosa.
É o chamado Domingo Laetare, ou Domingo da Alegria.
O IV Domingo da Quaresma recebe estes nomes porque assim começava, neste dia, a Antífona de Entrada da Santa Ceia (Eucaristia): Laetare, Ierusalem, et conventum facite omnes qui diligites eam; gaudete cum laetitia, qui in tristitia fuistis; ut exsultetis, et satiemini ab uberibus consolationis vestrae (Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações” -Isaías 66, 10-11).
Laetare significa Alegra-te. A cor li-túrgica passa do roxo para o rosa para repre-sentar a alegria pela proximidade da Páscoa.
Este domingo já foi chamado também de Domingo das Rosas, pois, na antiguidade, os cristãos costumavam se presentear com rosas neste dia.
E é aqui que surge a tradição da Rosa de Ouro na Igreja Católica Romana.
No século X surgiu a tradição da Bênção da Rosa, ocasião em que o Bispo de Roma (Papa), no IV Domingo da Quaresma, ia do Palácio de Latrão à Basílica Estacional de Santa Cruz de Jerusalém, levando na mão esquerda uma rosa de ouro que significava a alegria pela proximidade da Páscoa. E com a mão direita, o Papa abençoava a multidão.
Regressando processionalmente a cavalo, o Papa tinha sua montaria conduzida pelo pre-feito de Roma. Ao chegar, presenteava o prefeito com a rosa, em reconhecimento pelos seus atos de respeito e homenagem.
Daí, então, teve início o costume de oferecer a Rosa de Ouro, para personalidades e au-toridades que mantinham uma relação saudável com o Vaticano (a Santa Sé), como príncipes, imperadores, reis. Passou a ser um gesto político e de diplomacia, sempre visando interesses nas relações amistosas.
Leão XIII enviou, em 1888, uma Rosa Áurea à princesa Isabel, no Brasil.
Nos tempos modernos os papas costumam remeter este símbolo de afeto pessoal a santuários de destaque.
Por exemplo, o Santuário de Fátima, em Portugal, recebeu uma Rosa de Ouro de Paulo VI, em 1965, e a Basílica de Aparecida no Brasil recebeu uma de Paulo VI, em 1967 e outra de Bento XVI, em 2007.
Independente dos gestos políticos e litúrgicos das confissões cristãs, celebramos o IV Domingo da Quaresma como o Domingo da nossa Alegria em saber que Jesus levou nossos pecados e nos salvou mediante sua morte e ressurreição na cruz.
A Igreja, como a Jerusalém de Deus, recebe esta palavra de ânimo e profecia: Alegra-te Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações (Isaías 66, 10-11).
Laetare, Ierusalem.