A Virgem Maria na Espiritualidade Franciscana – 4

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Em preparação para a Solenidade de Nossa Senhora dos Anjos, Padroeira da Ordem Franciscana, postaremos uma série de vídeos e textos sobre a Virgem Maria na Espiritualidade Franciscana. Os vídeos da série “4 minutos com Maria e São Francisco” são do Christian Media Center, e através do acervo do Terra Santa Museum mostram a profundidade da Mãe Santíssima no Franciscanismo.

Texto:

Fr. STÉPHANE MILOVITCH, ofm
Diretor do Departamento de Patrimônio Cultural – Custódia da Terra Santa
“Estamos na Sacristia do Convento de São Salvador em Jerusalém. Hoje nossa reflexão parte desta vestimenta litúrgica, uma casula de origem francesa, produzida na segunda metade do século XVII. Esta casula faz parte de um conjunto de paramentos litúrgicos que inclui também uma estola, um manípulo e um véu de cálice. A casula é enriquecida por um tondo bordado que tem como tema Maria, representada como Imaculada. O tondo é circundado por um ramalhete de flores – que remetem, devido à cor vermelha, ao sacrifício de Cristo – e pelo acanto – símbolo da Ressurreição e da salvação. A imagem da Imaculada manifesta a devoção mariana tanto dos franciscanos como dos franceses: Luís XIII havia de fato eleito a Virgem protetora da França em 1638.”

Fr. ALESSANDRO CONIGLIO, ofm
Professor Studium Biblicum Franciscanum – Jerusalém
“A devoção da Ordem Franciscana à Imaculada e seu impulso para a promulgação do dogma mariano são bem conhecidas. Das reflexões teológicas do Beato João Duns Scotus, à Associação da Imaculada Conceição fundada em 1917 por São Maximiliano Kolbe, os filhos de São Francisco sempre se distinguiram por seu amor à Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, tanto que a proclamaram, sob este título, como a principal Padroeira dos Frades! Nos escritos de Francisco nunca encontramos a expressão Imaculada referindo-se a Maria Santíssima, mas em uma de suas orações, a Saudação à Bem-aventurada Virgem Maria, o Santo de Assis se dirige a ela dizendo: “Vós que fostes e que é toda plenitude da graça e do bem” (FF 259). Com esta expressão Francisco colhe o essencial do mistério da Imaculada: ao atribuir a Maria a plenitude de todo o bem, de fato, Francisco vê a Virgem repleta do próprio Deus de uma maneira única. A cada hora canônica, em uma oração composta por ele mesmo, Francisco gostava de chamar Deus como o ‘bem’, “todo bem, supremo bem, o único que é bom” (FF 265), ou, como o santo escreveu na cartula para o Frei Leão: “Vós sois o bem, todo o bem, o supremo bem, Senhor Deus vivo e verdadeiro” (FF 261). Maria de alguma forma participa desta bondade absoluta de Deus, porque nunca foi tocada pela sombra do pecado e do mal. Desde a sua imaculada concepção, Maria foi um espelho muito claro da pureza e da bondade de Deus, preservada do contágio da culpa em virtude dos méritos de Cristo Redentor. Mas se ser concebido sem pecado original é um privilégio de Maria, também todo cristão, um dia nascido de novo da pia batismal purificado de toda mancha de pecado, conheceu a mesma graça e a mesma imaculação, como nos lembra São Paulo: “Em [Cristo o Pai] nos escolheu antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante dele na caridade” (Ef 1: 4); com a ajuda de Maria, todo batizado pode perseverar este estado de eleição, a ponto de partilhar o mesmo destino de glória com a Virgem no céu.”

Fonte: Christian Media Center

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