Beata Maria Crucifixa Satellico

(1706 - 1745)
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Elisabete Maria Satellico nasceu em Veneza, no dia 9 de janeiro de 1706, filha de Pedro Satellico e de Lucia Mander. Vivia com os pais na casa do tio materno sacerdote, que se ocupou de sua formação moral e cultural.
Dotada de inteligência precoce, muito cedo se aplicou à leitura, demonstrando uma disposição para a oração, à música e ao canto. Desde muito jovem manifestou vocação religiosa e aspirava tornar-se capuchinha, mas o Senhor, por meio de um acontecimento inesperado, lhe indicou a Ordem onde devia consagrar-se:Uma jovem professora de música e canto do mosteiro das Clarissas de Ostra Vetere, precisou deixar o convento por motivos de saúde. Elisabete se ofereceu para ocupar o posto e foi aceita, entrando no mosteiro como educanda, ficando responsável pela direção do canto e tocando o órgão. Tinha apenas 14 anos.

Devido a sua pouca idade, o Bispo de Senigallia não permitiu que ela vestisse o hábito religioso, o que só pode fazer cinco anos depois, aos 19 anos, no dia 13 de maio de 1725, com a permissão do novo Bispo Bartolomeu Castelli, mudando o nome para Maria Crucifixa.

O ano de noviciado ela o passou em recolhimento e oração, meditando o mistério da Cruz, da qual desejava tornar-se participante. Fez a profissão religiosa em 19 de maio de 1726, diante do Vigário Geral da Diocese de Senigallia. Concentrou todos os seus esforços na realização do seu constante desejo: cada vez mais configurar-se a Jesus Crucificado, com a prática dos conselhos evangélicos e a devoção filial a Virgem Imaculada, segundo o espírito de Santa Clara de Assis.

Provada e purificada por continuas aflições do espírito e por graves enfermidades corporais, atingiu uma extraordinária perfeição. Era alvo de insultos e assaltos dos demônios, que a atormentaram a vida toda, inclusive fisicamente.

Superou e suportou estas provas e dificuldades com a ajuda dos seus diretores espirituais, o menor conventual Ângelo Sandreani e o Padre João Batista Scaramelli, que foi o seu primeiro biógrafo.

A Beata teve o dom de extraordinários prodígios sobrenaturais e autênticos fenômenos místicos, que eram sinais de uma predileção divina. Foi eleita abadessa do mosteiro e quando seria reeleita pelas monjas, não pode continuar naquela função por disposições episcopais. Assumiu então o encargo de Vigária, que exerceu com bondade e firmeza até a morte.

Consumida pela tuberculose, faleceu no dia 8 de novembro de 1745, na idade de 39 anos. Foi sepultada na igreja de Santa Lucia de Ostra Vetere.

Sete anos após a sua morte, como consequência da extraordinária fama de santidade e de numerosas graças e favores atribuídos à sua intercessão, foi aberto o primeiro processo ordinário, em 18 de agosto de 1752. Por dificuldades daqueles tempos, ele ficou suspenso e foi reaberto em 1826, com o Papa Leão XII e em 1914 com o Papa São Pio X.
Em 14 de maio de 1992, um milagre atribuído à sua intercessão foi aprovado e finalmente, em 10 de outubro de 1993, o Papa João Paulo II a proclamou beata.

A vida da Beata Maria Crucifixa Satellico resplandecerá sempre como uma testemunha viva do poder da Cruz, ela que redime, santifica e salva e que garante a paz e o amor entre todos os filhos de Deus.

Hoje a Igreja também recebe  Marta Crucifixa, fiel filha de Santa Clara planta humilde de Francisco! Ela configurou sua vida a Ele que por amor aos homem se deixou ser pregado na cruz. Ela plantou a existência na casa do Senhor, a fim de viver para sempre nos átrios do amor, fiel à Santíssima Trindade . Em uma curta existência, ela procurou constantemente o rosto do Amado em que esperava . Ela achou no rosto dos pobres que batiam à sua porta em busca de caridade; via o Senhor nas irmãs confiadas aos seus cuidados e sua autoridade,  dentro dos muros do mosteiro de Ostra Vetere, onde viveu a sua consagração. Mas muito mais intensamente, sentia o encontro próximo todos os dias no banquete eucarístico, consciente de que as pessoas que comem Sua carne e beber Seu sangue se tornam Sua verdadeira morada e viverá para sempre. Então, seguindo a regra de ouro dos conselhos evangélicos se tornou, através dnadoração aos pés da cruz do Redentor, uma discípula da Virgem Imaculada, por quem nutria uma devoção filial. Pobreza, castidade e obediência vivida na simplicidade franciscana e alegria ter sido a ferramenta que confirmou a certeza de que “tudo posso fazer tudo naquele que dá força” (cf. Fl 4, 13), e agora contempla a glória do teu Senhor.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 10 de outubro de 1993

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