Fase Arquidiocesana da Causa de Beatificação da Serva de Deus Vitória da Encarnação foi encerrada

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Fonte: Arquidiocese de Salvador

A Fase Arquidiocesana da Causa de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Vitória da Encarnação foi encerrada na manhã da última quarta-feira, 25 de setembro, durante Sessão Solene presidida pelo Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha. O evento aconteceu na Igreja do Convento Santa Clara do Desterro, na capital baiana, onde viveu e morreu, com fama de santidade, a religiosa.

“É um passo muito importante que nós estamos concluindo, porque o primeiro que a Igreja exige é justamente a santidade vivida no dia a dia, as virtudes heroicas. Nós não estivemos aqui comprovando milagres. Nós estivemos procurando conhecer melhor a vida dela, os documentos necessários, históricos, para comprovar que ela viveu de maneira santa. Podemos dizer que o grande milagre que ela realizou foi viver a santidade no dia a dia da vida, por graça de Deus, sempre, mas pelo esforço que ela também vivenciou ao longo da sua vida”, disse o Cardeal.

Com a conclusão desta etapa, toda a documentação e os testemunhos coletados serão enviados para o Dicastério para a Causa dos Santos, em Roma. “Nós temos a esperança de dar prosseguimento ao processo de beatificação. Estamos encerrando a causa no nível diocesano, no primeiro momento chamado inquérito diocesano. Nós esperamos ter a permissão da Santa Sé, a aprovação do Santo Padre, para dar sequência ao processo de beatificação. Aí sim vamos precisar da verificação de um milagre”, afirmou Dom Sergio.

Além de Dom Sergio, a mesa foi formada pelo postulador da Causa da Serva de Deus, frei Jociel Gomes; pelo cônego Alberto Montealegre, nomeado Delegado Episcopal; pelo padre Laudimar Oliveira da Silva, nomeado promotor de Justiça; pelo notário e pela notária adjunta, Dom Sebastião Rolim e Irmã Violeta, respectivamente. “Apesar das dificuldades ao longo desse caminho para obter os documentos, devido à escassez de fontes em tantos dos nossos arquivos, a Comissão Histórica trabalhou bravamente em arquivos tanto aqui da Bahia quanto fora, inclusive também em Portugal, porque nós encontramos lá registros do pai da Madre Vitória querendo encontrar um convento para colocar as suas filhas, a Vitória e a sua irmã, para estudar. Então, toda essa troca de informações, tanto do Brasil quanto de Portugal, foi importante, mas uma grande parte nós pudemos encontrar aqui no arquivo que está com as irmãs no Convento do Desterro”, disse o frei Jociel.

Como parte da Sessão, o notário, Dom Sebastião Rolim, leu o documento que declara encerrado o inquérito. Os membros que compuseram a mesa fizeram o Juramento de Fidelidade e o Cardeal nomeou, como portador dos documentos que serão entregues em Roma o frei Jociel, que, mais uma vez, proferiu o Juramento de Fidelidade. “Esse momento representou a coroação de todos os trabalhos realizados aqui na Arquidiocese. No próximo dia, 17 de outubro, às 10 horas, eu estarei entregando essa documentação no Dicastério da Causas dos Santos, em Roma, e ali começará a chamada Fase Romana, depois será nomeado um relator para acompanhar a elaboração de um documento muito importante, que, a partir dele, as comissões vaticanas irão trabalhar. No futuro, depois de toda a análise dessa documentação, ela será declarada, venerável, ou seja, o Papa, em nome de toda a Igreja, vai reconhecer que ela viveu em grau heróico as virtudes cristãs. Quando chegar a esse ponto, será necessário um primeiro milagre, ocorrido por sua intercessão, para que ela seja declarada beata e possa ser venerada aqui na Bahia, no Brasil. E com a beatificação será necessário um segundo milagre para que ela seja declarada santa e possa ter então culto em toda a Igreja”, explica o frei Jociel.

Antes do fim da Sessão, o postulador, com a ajuda de uma Irmã Clarissa [mesma congregação da Serva de Deus Vitória da Encarnação], lacrou as três caixas que seguirão para o Vaticano. “Agora, na verdade, nós seguiremos com a oração pedindo a beatificação e, justamente, para pedir a beatificação se pede também graças, milagres para que ela interceda por nós junto a Jesus. Temos a esperança de dar prosseguimento e de poder ver, mais uma vez, uma santa da nossa Arquidiocese, da nossa Bahia, nos altares. Madre Vitória é um exemplo de oração, de contemplação, de adoração e, ao mesmo tempo, de caridade. Primeiro, caridade entre as próprias Irmãs, isto é, vivência do amor fraterno na comunidade. E depois, acima de tudo, a caridade para com os mais pobres e sofredores, especialmente representados pelas pessoas escravizadas. Madre Vitória soube amar e servir os que mais sofrem, renunciando a muita coisa que ela poderia ter, pessoalmente, em favor dos pobres e sofredores”, disse Dom Sergio.

Para marcar ainda mais esse momento, após a Sessão Solene, Dom Sergio presidiu a Missa. “Eu estou muito emocionada, pois é uma graça muito grande. Eu vejo que Nosso Senhor tem Seus planos, Seus caminhos e nos colocar aqui nesse lugar Sagrado é um compromisso e uma responsabilidade muito grandes”, disse a Irmã Elaine das Chagas Coelho, ministra local da Congregação Franciscanas do Sagrado Coração de Jesus [religiosas que atualmente residem no Convento Santa Clara do Desterro].

“Na pesquisa, nós encontramos dados interessantes que situam a Madre Vitória da Encarnação em um contexto, em uma época, sempre atestando a sua boa fama e a sua vida cheia de virtudes. Pesquisar sobre a Madre Vitória foi uma oportunidade para aprender mais sobre ela. Ao descobrir que uma religiosa com uma envergadura tamanha no âmbito da caridade, da mística, da penitência ainda era pouco conhecida, me motivei a divulgá-la e tomei-a mesmo como protetora, como intercessora, virando o seu devoto”, disse o professor Thiago Felipe Lima da Mata, devoto que fez parte da Comissão Histórica do Processo de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Vitória da Encarnação.

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