Jubileu 2025: Peregrinos de Esperança

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No dia 24 de dezembro, véspera de Natal, o Papa abrirá a Porta Santa que dará início ao Jubileu da Esperança.

Francisco convida todo o povo de Deus a rezar, a se preparar ao longo deste ano, “para que este Jubileu nos fortaleça na fé, ajudando-nos a reconhecer Cristo ressuscitado em nossas vidas, e nos transforme em peregrinos da esperança cristã”, disse o Pontífice no vídeo para as intenções de oração para o mês de dezembro).

O Ano Jubilar de 2025 será um Ano Santo Ordinário, proclamado pela Igreja Católica como um tempo especial de graça, reconciliação e renovação espiritual. O tema escolhido pelo Papa Francisco para este Jubileu é “Peregrinos de Esperança”, destacando a importância de viver e testemunhar a esperança cristã em um mundo muitas vezes marcado por desafios e incertezas.

Na Bula de proclamação do Jubileu o Santo Padre diz:

“A esperança nasce do amor e funda-se no amor que brota do Coração de Jesus trespassado na cruz: «Se de fato, quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com Ele pela morte de seu Filho, com muito mais razão, uma vez reconciliados, havemos de ser salvos pela sua vida” (Rm5, 10). E a sua vida manifesta-se na nossa vida de fé, que começa com o Batismo, desenvolve-se na docilidade à graça de Deus e é por isso animada pela esperança, sempre renovada e tornada inabalável pela ação do Espírito Santo. Na verdade, é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida. Com efeito a esperança cristã não engana nem desilude, porque está fundada na certeza de que nada e ninguém poderá jamais separar-nos do amor divino:  ‘Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? (…) Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores graças Àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rm8, 35.37-39). Por isso mesmo esta esperança não cede nas dificuldades: funda-se na fé e é alimentada pela caridade, permitindo assim avançar na vida. A propósito escreve Santo Agostinho: ‘Em qualquer modo de vida, não se pode passar sem estas três propensões da alma: crer, esperar, amar’”.

Compreendendo o sentido do Jubileu

A palavra “jubileu” tem origem relacionada historicamente ao nome em hebraico yobel, o chifre de carneiro que era usado para marcar o início do ano particular que era convocado a cada 50 anos, como contado no livro do Levítico (cf. Lv 25, 8-13).  Segundo o site da CNBB, esse ano era o ano “extra” vivido além das sete semanas de anos. Sua proposta no Antigo Testamento era ser ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Na história do povo de Israel, o som de um chifre de carneiro chamado yobel – do qual se origina o termo “jubileu” – ecoava em todas as aldeias, anunciando o início de um ano especial, de acordo com as disposições da Lei de Moisés (cf. Lv 25).

Na Igreja Católica, o primeiro Jubileu foi convocado pelo Papa Bonifácio VIII, no ano 1300. Tradição que se estende até agora, os jubileus têm vários elementos que se relacionam, sendo eles:  a bula de convocação; a temporalidade (a cada 100 anos, 50 anos, 33 anos e 25 anos); a peregrinação a Roma e à Porta Santa; os exercícios de piedade e a frequência aos sacramentos; as indulgências.

De acordo com o site Vatican News, o ano jubilar era um tempo de redenção e renascimento, marcado por certas escolhas com um forte caráter simbólico, que são de uma atualidade desarmante: o descanso do cultivo da terra, para nos lembrar que ninguém a possui e pode explorá-la, porque ela pertence a Deus e nos é oferecida por Ele como um dom a ser custodiado; a remissão das dívidas, que visava restabelecer ciclicamente, portanto a cada 50 anos, uma justiça social contra as desigualdades; a libertação dos escravos, para cultivar o sonho de uma comunidade humana livre de prevaricações e discriminações, mais semelhante ao povo do êxodo, que Deus havia desejado como uma única família em caminho.

Um caminho no sinal da esperança

No início de sua pregação, na Sinagoga de Nazaré, Jesus retoma esse horizonte judaico do Jubileu, dando-lhe um novo e último significado: Ele mesmo é o rosto de Deus que desceu à terra para redimir os pobres e libertar os cativos, para manifestar a compaixão do Pai para com aqueles que estão feridos, caídos ou sem esperança.

Jesus, de fato, vem para libertar de toda escravidão, para abrir os olhos dos cegos, para libertar os oprimidos (cf. Lc 4,18-19). Em tal programa messiânico, o Jubileu se expande para abranger todas as formas de opressão na vida humana, tornando-se assim uma ocasião de graça para a libertação daqueles que se encontram na prisão do pecado, da resignação e do desespero, para a cura de toda cegueira interior que não nos permite encontrar Deus e ver o próximo, para despertar novamente a alegria do encontro com o Senhor e, assim, poder retomar o caminho da vida no sinal da esperança.

Redescobrir a alegria do encontro com Jesus

Com esse espírito, desde 1300, com a Bula do Papa Bonifácio VIII, milhões de peregrinos dirigem-se a Roma, às basílicas e às Portas Santas, expressando o desejo de um caminho interior de renovação, para que sua vida cotidiana, mesmo com as dificuldades e as fadigas, possa ser novamente compreendida e sustentada pela esperança do Evangelho. Pois todos eles carregam em seus corações uma sede insaciável de felicidade e de vida plena e, diante da imprevisibilidade do futuro, alimentam a esperança de não sucumbir à desconfiança, ao ceticismo e à morte. E Cristo, nossa esperança, vem ao encontro da chama desse anseio que habita em nós, convidando-nos a redescobrir a alegria do encontro com Ele, que transforma e renova a existência. Portanto, “é claro que a vida cristã é um caminho, que também precisa de momentos fortes para alimentar e robustecer a esperança, a companheira insubstituível que permite vislumbrar a meta: o encontro com o Senhor Jesus” (Spes non confundit, nº 5).

Indulgências

Texto publicado no Jornal O São Paulo, explica que uma das grandes riquezas vivenciadas em um Ano Santo é a oportunidade de obter indulgências plenárias.

A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal ocasionada pelos pecados. Mesmo após a Confissão, quando a culpa do fiel é perdoada por este sacramento, as consequências do pecado permanecem e é por meio das indulgências que elas são apagadas. As indulgências, parciais ou plenárias, podem ser aplicadas para si mesmo ou para alguma alma no Purgatório.

“Todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, excluindo qualquer apego ao pecado e movidos por um espírito de caridade, e que, no decurso do Ano Santo, purificados pelo sacramento da Penitência e revigorados pela Sagrada Comunhão, rezem segundo as intenções do Sumo Pontífice, poderão obter do tesouro da Igreja pleníssima Indulgência, remissão e perdão dos seus pecados, que se pode aplicar às almas do Purgatório sob a forma de sufrágio”, enfatiza o documento da Penitenciaria Apostólica sobre a concessão de indulgências no Jubileu.

Fiéis de todo o mundo poderão obter as indulgências tanto nas peregrinações a Roma, onde estarão as portas santas, quanto nas peregrinações a catedrais e igrejas locais de peregrinação. As formas de alcançar as indulgências estão organizadas em três pontos: nas sagradas peregrinações; nas piedosas visitas aos lugares sagrados; e nas obras de misericórdia e de penitência.

Que possamos viver o Ano Santo na esperança de que nossa missão no seguimento de Jesus Cristo será sempre para promover o amor, a paz e a fraternidade.

Fonte: Franciscanos.org.br

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