No mês de Outubro celebramos o mês do Rosário, a solenidade de nosso pai São Francisco, o mês das Missões, o Sínodo da Amazônia e a solenidade de nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.
Antigamente romanos e gregos costumavam coroar com rosas as imagens que representavam os seus deuses, como símbolo da oferta dos seus corações. A palavra “rosário” significa “coroa de rosas”.
Seguindo essa tradição, as mulheres cristãs que marcharam ao Coliseu Romano para serem martirizadas, usavam coroas de rosas nas suas cabeças, como símbolo da alegria e da entrega dos seus corações para ir ao encontro de Deus. Estas rosas eram recolhidas à noite pelos cristãos, que rezavam uma oração ou um salmo pelo eterno descanso dos mártires.
A Igreja recomendou rezar este rosário recitando os 150 salmos de Davi, entretanto, só faziam isso as pessoas cultas. Diante dessa situação, sugeriu que aqueles que não sabiam ler, substituíssem os salmos por 150 Ave Marias, divididas em quinze dezenas. Este “rosário curto” era conhecido como “o saltério da Virgem”.
Alguns séculos depois, exatamente no ano 1208, diz a tradição que a Virgem Maria ensinou a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (dominicanos), a oração do Rosário.
Alguns anos depois, em 7 de outubro de 1571, aconteceu a batalha naval de Lepanto, quando o cristianismo foi ameaçado pelos turcos. Frente ao perigo iminente, alguns dias antes, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que rezassem o rosário pedindo pelas forças cristãs.
A história conta que o Pontífice estava em Roma, resolvendo alguns assuntos, quando de repente levantou-se e anunciou que sabia que a frota cristã havia triunfado. Ordenou que tocassem os sinos e organizassem uma procissão. Logo depois, os mensageiros chegaram anunciando a vitória. Em seguida, instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, em 7 de outubro.
Um ano depois, Gregório XIII mudou o nome da festa para Nossa Senhora do Rosário e determinou que fosse celebrada no primeiro domingo de outubro (dia em que a batalha foi vencida). Atualmente, celebra-se a festa do Rosário em 7.
A Rosa de Ouro é um ornamento precioso, feito de ouro puro, matizada ligeiramente com vermelho, criada por hábeis ourives, que são abençoadas todos os anos pelos papas, no quarto domingo da quaresma, chamado Domingo Lætare, e, depois, oferecidas como símbolo permanente de reverência, estima e afeição.
A Rosa de Ouro surgiu no início da Idade Média. A primeira referência está testemunhada numa bula de 1049 de Leão IX.
A primeira Rosa de Ouro do Brasil foi dada pelo Papa Leão XIII à Princesa Isabel pela assinatura da Lei Áurea, que libertou definitivamente os escravos em 13 de maio de 1888. Com todo o merecimento, bem antes das aparições de Fátima. E a neta de Dom Pedro I, a Princesa Isabel, a Redentora de saudosa memória, mandou confeccionar e doou a coroa de ouro e pedras preciosas que orna a cabeça da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Em tempos mais recentes, depois do Concílio Vaticano II, a condecoração pontifícia passou a ser um presente dos papas a Nossa Senhora: Fátima em 1965 por Paulo VI; Aparecida no Brasil, em 1967 por Paulo VI; de Luján em 1982 por João Paulo II; de Guadalupe; de Loreto; da Evangelização em Lima, Peru, em 1988, por João Paulo II; de Jasna Gora em Częstochowa, Polônia, em 2006 pelo Papa Bento XVI; Aparecida no Brasil, em 2007, por Bento XVI, e Pompeia, na Itália, em 2008, por Bento XVI.[1] O Papa Francisco ofereceu a terceira Rosa de Ouro a Nossa Senhora de Fátima no dia 13 de maio de 2017. Em 2017, o Papa Francisco ofertou a terceira Rosa de Ouro à Nossa Senhora Aparecida, presente pelas comemorações dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Como o próprio nome indica, ela representa uma rosa, um buquê de rosas ou uma pequena roseira de ouro maciço. A flor dourada brilhando reflete a majestade de Cristo, com uma simbologia muito apropriada porque os profetas O chamaram “a flor do campo e o lírio dos vales”. Sua fragrância, de acordo com Leão XIII “mostra o odor doce de Cristo que deve ser difundido extensamente por seus seguidores fiéis” (Acta, vol. VI, 104), e os espinhos e o matiz vermelho relembram a sua paixão”.
O Papa São Paulo VI foi o primeiro que ofereceu a primeira rosa de ouro a Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida: “Dizei a todos o brasileiros, Senhor Cardeal, que esta flor é a expressão mais espontânea do afeto que temos por esse grande povo que nasceu sob o signo da Cruz. No Santuário de Aparecida, ela dará testemunho de Nossa constante oração à Virgem Santíssima para que interceda junto do Seu Filho pelo progresso espiritual e material do Brasil.”
Cinco meses depois, em 15 de agosto, Aparecida (SP) preparava-se intensamente para receber a rosa de ouro, trazida pelo Cardeal Amleto Giovani Cicognani, enviado como Legado da Santa Sé. Casas e ruas foram ornamentadas e mais de trinta mil fiéis assistiram à chegada das comitivas da Presidência da República e Santa Sé.
A Imagem da Senhora Aparecida, que permanecia na Basílica Velha, foi levada solenemente até a Basílica Nova, ainda em construção. Discursos antecederam a entrega da rosa de ouro e a Celebração Eucarística, enquanto um helicóptero lançava pétalas de rosas sobre a multidão. As solenidades foram encerradas com procissão e espetáculo pirotécnico, tudo registrado no periódico Ecos Marianos de 1968, onde está registrada a gratidão e o carinho dos brasileiros para com Papa Paulo VI:
“Aparecida prostra-se reverente aos pés de Sua Santidade, reconhecida por esse rico e carinhoso mimo, testemunho perene do seu amor e interesse para com o Brasil, e lembrança imorredoura do Santo Padre no coração do povo brasileiro.”