A Espiritualidade de Clara para hoje

Santa Clara, mulher de contemplação, encontrou o Rosto de Deus e se tornou nos dias atuais, para o mundo, espelho e exemplo de seguimento do Cristo Pobre e Crucificado.
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Clara de Assis, com a sua vida totalmente voltada para o Senhor, recorda à Igreja de hoje a prioridade absoluta de Deus e do seu Reino, que é a pérola preciosa pela qual vale a pena alegremente abandonar tudo. E Jesus indica-nos o único Caminho a seguir para regressar à casa do Pai onde, unicamente, podemos redescobrir a verdade da nossa humanidade: “O Filho de Deus se fez para nós Caminho”, e este Caminho Clara apontou com palavras e exemplo.

Nisto brilha a alegria de Clara e de suas Irmãs, que em tudo reconhecem Aquele que é o Sumo Bem, e encontram o extraordinário na vida simples e humilde do cotidiano. Clara experimentou a alegria da relação com Deus, cuja visão gloriosa torna felizes todos os cidadãos da celeste Jerusalém, ao olhar, considerar e contemplar a Jesus Cristo em Sua Caridade Inefável com que quis se Encarnar e sofrer a Paixão por todos nós na Cruz para dar-nos a vida. Tornou-se, desta maneira, uma mulher exultante de júbilo, de cujo o coração sempre brotava um hino de louvor a partir de toda a criação e de todos os acontecimentos, onde sempre encontrava o seu Amado.

Tal coração tão cheio de júbilo se manifestava através de várias dificuldades materiais e desafios espirituais. Clara se alegrava com a pobreza e as inúmeras tribulações que enfrentava pois ali podia se unir a Jesus Cristo no ápice de seu Amor na Cruz e viver as bem-aventuranças, onde renunciando a tudo para seguir o Esposo, encontra em Deus a vitória sobre o pecado e a morte. A alegria, assim, é expressão da ressurreição, que se dá em cada provação, em cada instante em que é necessário renunciar a si mesmo para que brilhe a Luz de Cristo. Ressurreição a que somos todos chamados.

Para Clara, a verdadeira alegria corresponde exatamente à verdadeira e perfeita pobreza, na imitação do Senhor Jesus que decidiu vier pobre para enriquecer os homens com seu amor. A penitência, como a pobreza, nunca são fruto de renúncia e de sacrifício. São, antes, momentos da imitação de Cristo. Tanto a pobreza quanto a penitência encontram sua plenitude na alegria espiritual.

A experiência de Clara e das Irmãs, que na pobreza já não vivem para si mesmas, mas para Cristo e para o próximo, surge o anúncio silencioso de que a comunhão fraterna é possível e é, mesmo com todas as nossas limitações e pobreza, uma antecipação do mundo novo, onde encontraremos a beatitude celestial, e por isso irradiação do júbilo e do louvor. Uma comunhão profundamente humana e ao mesmo tempo divina, porque é fruto do Espírito, uma comunhão que não é a anulação das diferenças e das personalidades de cada um, mas o acolhimento recíproco através da doação de si mesmo na simplicidade da vida cotidiana. Uma comunhão que se nutre de Cristo e O dá à luz para o mundo, Ele que é a alegria verdadeira que pode ser encontrada em nossos corações.

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