Seguindo os passos de Clara

Conheça as santas que trilharam o mesmo caminho que Clara de Assis
French School - St Claire with her Sister Agnes and Nuns - (MeisterDrucke-41561)

O Caminho da Bem-aventurança que Santa Clara de Assis avançou com confiança e alegria foi também a via pela qual milhares de mulheres, nos últimos oito séculos, enveredaram para viver a perfeição do Santo Evangelho. Cada Mosteiro guarda a lembrança de irmãs santas, que deixaram o perfume de suas vidas inteiramente entregues à Deus no silêncio. Dentre elas, algumas foram postas pela Igreja como luminares para todo o mundo, reconhecidas no rol dos Santos e Beatos.

Da própria família de Santa Clara, Santa Inês de Assis, sua irmã de sangue, também foi elevada aos altares pela vida de santidade. Contemporânea de Clara, Santa Inês de Praga, depois de abandonar a corte real e desprezar matrimônios com imperadores, pôde compartilhar correspondências com a fundadora da Ordem e ainda lutar ao seu lado para poder viver a Altíssima Pobreza e o Santo Evangelho como Forma de Vida. Nesta mesma época, Santa Cunegundes, oriunda de uma célebre estirpe real, refulgiu em santidade na região da atual Polônia, difundindo o Carisma de Santa Clara no Leste Europeu.

Neste mesmo seguimento estão as reformadoras da Ordem, que brilharam entre os séculos catorze e quinze, para que as Clarissas espalhadas por toda a Europa voltassem ao ponto de partida inspirado por Deus. Especial destaque para Santa Coleta de Corbie, Clarissa Francesa, que recuperou a Regra de Santa Clara para vários Mosteiros e recebeu a autorização do Papa para reformar tanto a Ordem dos Frades como a própria. Também Irmãs italianas, como Santa Camila Batista Varani, Santa Catarina de Bolonha e Santa Eustóquia de Calafato, cuja a vida de santidade e o empenho de voltar à Altíssima Pobreza refulgem até os nossos tempos.

O Brasil também conheceu o odor de santidade das Clarissas quando, em meados do século dezessete, a Serva de Deus Madre Vitória da Encarnação deixou seu legado ao viver no Convento de Santa Clara do Desterro em Salvador, Bahia, primeiro Mosteiro feminino em terras brasileiras. Atualmente, é a primeira Irmã Clarissa brasileira em processo de beatificação. Madre Vitória, nascida em 1661, ingressou na vida religiosa aos 25 anos, e se tornou modelo da Altíssima Pobreza entre suas Irmãs. Apesar de ser de família abastada, tornou-se desapegada de tudo o que é terreno e quis fazer-se a menor e serva de todas, com grande caridade aos pobres e a todas as suas Irmãs.

Além disso, a Serva de Deus trazia em seu coração o desejo ardente de imitar o Divino Esposo em seus sofrimentos, por isso transportava uma pesada cruz aos ombros durante a oração da Via Sacra e alimentava profunda devoção ao Senhor dos Passos. Passava grande parte da noite em vigília diante do Santíssimo Sacramento e foi chamada de “tocha acesa diante do sacrário”. Tinha um amor especial pelas almas do purgatório, por quem oferecia orações, sacrifícios e obras de humildade, com o anseio de aliviá-las do padecimento. Madre Vitória faleceu em 19 de julgo de 1715, aos 54 anos.

Estas mulheres são algumas que, precedendo-nos no Caminho do Cristo Pobre e Crucificado, se tornaram espelho e exemplo para suas Irmãs e para o mundo, tendo elas mesmas seguido as pegadas de nossos Seráficos Pais Francisco e Clara de Assis. Todos nós, chamados à santidade pelo Senhor, podemos acolher estes testemunhos e deixarmos a graça do Batismo frutificar-se, dar abertura a Deus e sempre tê-Lo como o centro de nossas vidas, amparadas pela força do Espírito Santo que torna possível a santidade em cada um por quem Jesus se ofereceu na Cruz e Ressuscitou.

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