Mosteiro Santa Clara

Belo Horizonte - BH

Fundação: 05/08/1950

Rua Santa Rita Durão,888
30140-111 Funcionários- BH
Tel:(31) 3261-1538
irsclarissasbh@yahoo.com.br

Sempre fora aspiração de muitos religiosos e leigos Belorizontinos, que houvesse aqui a II Ordem de São Francisco, completando assim a presença de seus filhos e filhas, uma vez que na capital mineira já floresciam a Primeira e Terceira Ordem.
Em maio de 1949, por parte dos Irmãos Menores, veio à luz a possibilidade da presença das filhas de Santa Clara nesta Província da Região Mineira. Desde então, o plano, era ponto de comunhão entre o incansável batalhador, Fr. Gilberto Alders e os Irmãos.
Em junho de 1949, recebia-se a licença de S. Excia. D. Antônio dos Santos Cabral que, expressou seu acolhimento: “De braços abertos receberei na minha Arquidiocese as queridas filhas de São Francisco. Venham!”

Em dezembro de 1949, Fr. Gilberto entra em diálogo com a Abadessa do Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula do Rio de Janeiro, Madre Maria Seráfica do Santíssimo Sacramento, após o qual trazia a certeza efetiva da posse de oito religiosas, seis de clausura e duas externas, firmes na alegria e boa vontade, para a fundação em Belo Horizonte.
As Irmãs clarissas aqui chegaram no dia 5 de agosto de 1950, e a princípio ficaram em uma residência provisória em clausura. A Comunidade das Irmãs estava assim constituída:

Irmãs enclausuradas:

  • Madre Maria Seráfica do Santíssimo Sacramento osc
  • Irmã Maria Boaventura da Sagrada Face osc
  • Irmã Maria Celina de São José osc
  • Irmã Maria Paula dos anjos osc
  • Irmã Maria Josefina do Santíssimo Sacramento osc
  • Irmã Maria Gertrudes (Noviça)

Irmãs externas:

  • Irmã Maria Terezinha do Menino Jesus osc
  • Irmã Maria Margarida do Sagrado Coração de Jesus osc

No dia 12 de agosto, uma semana após sua chegada, numa solenidade simples mas, grandiosa em seu sentido religioso, D. Antônio dos Santos Cabral oficiou a cerimônia de enclausuramento das Irmãs, entregando a chave à Madre Superiora.
Na homilia, D. Antônio, pronunciou algumas palavras como: “As Comunidades contemplativas, devem merecer todo o apoio, porque são magníficos centros de irradiação da bênção do Céu. Assim como Francisco se comprazia em ter perto de si as avezinhas do céu, nós também nos rejubilamos em ter perto de nós aquelas que estabelecem a união entre o Céu e a terra”.
No dia 6 de março de 1953, dia de Santa Coleta, realizou-se a Solenidade da bênção e lançamento da Pedra Fundamental da Capela e do Mosteiro Santa Clara. O Mosteiro em que ficariam definitivamente, situado à Rua Santa Rita Durão, 888 B. Funcionários.

Na cerimônia de lançamento da pedra fundamental, D. Antônio, falou homenageando as Irmãs. Disse ele as seguintes palavras que bem explicam o sentido da vida contemplativa: “Aqueles que são embriagados pelas coisas terrenas, pelo progresso material, não compreendem o fim de uma instituição de irmãs clarissas, que vivendo na mais intensa pobreza e na mais contínua penitência se agrupam para rezar. Muitos não compreendem que é pelo fruto dessa orações, dessas penitências, dessas renúncias, que o mundo pode equilibrar-se, já que vivemos diante de tantos desequilíbrios e de tantos desvarios. São elas que sustentam o braço de Deus, que deveria pesar e destruir estes homens que desprezam o direito de Deus, que desconhecem a Sua Lei e vivem de prazeres e desatinos, no maior atentado contra Aquele que é Senhor do Universo e tem direito absoluto de nos impor a vontade soberana. São estas modestas religiosas que da sua clausura, da sua penitência e da sua oração arrancam de Deus esta paciência, esta misericórdia, esta bondade inefável; com Ele tolera e com Ele espera a conversão de tantos e tantos homens que estão afastados Dele”.

Estando pois, as Irmãs em residência fixa, iniciaram-se as construções. E não se poderiam usar outra expressão senão “milagre”, no desenrolar dos acontecimentos. As Irmãs sem nada possuir, rapidamente ergueram as paredes. Como conseguiram isto, somente a Divina Providência saberia explicar. As esmolas que lhes chegavam constantemente, sejam em dinheiro ou material, se juntavam com o que as Irmãs produziam em confecção de paramentos.

Com uma alegria totalmente franciscana, as irmãs recordam-se dos sorrisos dos operários ao acharem fora da clausura o cimento preparado por elas e os utensílios necessários à construção, colocados em ordem para ajudá-los e para que elas também fizessem parte no trabalho.

No dia 8 de dezembro de 1954, foi inaugurada a Capela Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, com a Celebração da Primeira Santa Missa presidida por Fr. Xisto.

Em janeiro de 1955 o último operário foi dispensado, faltando apenas alguns detalhes, pinturas, ladrilhados, etc, que foram concluídos pelas próprias irmãs clarissas.

Nunca será demais repetir que em grande parte, a fundação do Mosteiro Santa Clara, deveu-se muito ao infatigável esforço de Fr. Gilberto Alders, Fr. Pedro, Fr. Serafim Lunter – Superior Provincial, Fr. Bertrando, Madre Maria Seráfica, e a colaboração valiosa do Dr. Epaminondas da Costa Lage, que auxiliado pelo Dr. James de Barros, ambos engenheiros, construíram a planta do prédio.

Hoje as Irmãs clarissas contemplam felizes todo o percurso realizado por esta Comunidade, pedras alicerçadas na Casa do Senhor.

Caminhando na presença do Senhor, felizes por habitar esta Morada Santa, oferecem com alegria, a mensagem Evangélica de amor e de esperança, abraçando no coração de Cristo as alegrias e angústias da Humanidade.
Por livre e espontâneo desejo colocam-se à disposição do Senhor, por este estilo de vida, no espírito dos votos, dando assim sua colaboração na construção do Reino de Deus.

Na Pobreza, unidas a Francisco e Clara, vêem no despojamento de Cristo, no desnudamento da Cruz e na pobreza do pão, a plena doação e glória que tem o Filho com o Pai. As irmãs no dispor de si mesmas na renúncia das coisas, nem usá-las livremente, atingem a profundidade do encontro com Cristo.
Pela Obediência, na renúncia da própria vontade como sacrifício de si mesma, e assim, de maneira mais firme e segura se unem a vontade salvífica de Deus. Uma forma de participação no Mistério de Cristo. Em castidade, por amor ao Reino dos Céus. Deixando-se inflamar sempre mais da caridade para com Deus e para com todos os homens.

Na Vida Fraterna, comunitária, alimentada da doutrina evangélica, da Sagrada Liturgia e, sobretudo da Eucaristia, caracterizando a Forma de Vida projetada por Francisco e Clara de Assis, e que também hoje as clarissas buscam identificar-se como verdadeira Família reunida em Nome do Senhor.

Em clausura, lugar do qual, pela decisão convicta de, “permanecer junto do Senhor”, nasce uma Liberdade profunda na qual estão incluídos todos os homens, uma liberdade que ultrapassa todas as grades e todos os muros e chega até aos homens para leva-los a Deus.

Enfim, o motivo, a razão, a essência de uma tal vocação para a vida propriamente contemplativa enclausurada é o AMOR! Deus basta!

O Mosteiro Santa Clara fundou também outros quatro Mosteiros: Araruama(RJ) em 1970, sendo, em 1984, assumido pelo Mosteiro de Campina Grande(PB); Uberlândia(MG) em 1985; Colatina(ES) em 1991 e Feira de Santana(BA) em 2008.

Que o Espírito de Deus que animou Francisco e Clara, no seguimento de Jesus, continue a ser o fundamento da nossa alegria, e nos impulsione a fazer desta celebração, a grande convocação para um compromisso efetivo e radical com aquilo que assumimos na Profissão de nossa Forma de Vida.
“Estamos bem obrigadas a bendizer a louvar a Deus” (Santa Clara).

Concedei-nos, Senhor, sermos um edifício bem construído, que se eleva, para sermos um Templo Santo no Senhor, Morada do Deus Vivo no Espírito, para Vossa maior glória. Amém!

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